Esta é a nossa nova coluna Amor, Sexo e um Pouco de Sacanagem. Aqui será o nosso espaço para refletir – de forma descomplicada, sem mimimi e com bom humor – sobre relações e relacionamentos amorosos e tudo que vem com eles: sentimentos, conflitos, desejos, sexo, prazer…
Já falamos por aqui da prática de swing (mais de uma vez, inclusive). Comentamos sobre a opção de visitar locais para a troca de casais e como isso pode até ajudar a relação. A conversa hoje, no entanto, vai além. Não há troca. A mulher, simplesmente, irá se relacionar com outros homens na frente do marido e a pedido dele. Acha isso pouco provável, principalmente por conta do machismo preponderante? Pois saiba que existe.
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Conhecida como cuckolding – que significa marido de uma adúltera, em inglês – essa prática é um fetiche, geralmente masculino, que indica um tipo complexo e erótico de humilhação. Para alguns, representa a busca pela submissão. Outros, no entanto, se gabam por possuir o objeto de desejo de terceiros. Enquanto há aqueles que enxergam na prática uma forma de explorar a sexualidade masculina e que se excitam somente em ver suas parceiras serem realizadas de formas novas.
Segundo o médico David J. Ley, autor do livro “Insatiable Wives“, uma explicação biológica genérica para essa excitação masculina seria a de que quando o marido sabe que sua esposa teve outros homens, sua paixão biológica aumenta, pois ele tenta competir fisiologicamente com o esperma do outro. Essa “guerra de esperma”, como denomina a médica Susan Block, provoca, então, reações nesse homem, fazendo com que o pênis fique ereto mais rapidamente, com que penetre com mais força e ejacule mais espermatozoides e com maior distância, além de querer ter mais relações sexuais.
Da mesma forma que no swing, no entanto, tudo deve ser consentido e muito bem conversado. Não adianta a mulher aceitar apenas para agradar o parceiro e, no seu íntimo, sentir-se culpada (ou algo muito pior, pois, infelizmente, ainda enxergamos alguns fetiches como algo sujo, errado). Acho que isso também não deve virar algo regular. Porque pensem comigo, se meu marido não quer fazer sexo, só quer me ver fazendo sexo com outros, acaba que nossa relação vai sendo desconstruída, não? Porque sexo pode não ser o todo da relação – óbvio que não é! -, mas é uma parte, de fato, muito importante.
A frequência da prática é, de acordo com o Dr. Ley, justamente o que leva ao término das relações. Ele conta à revista Marie Claire que enquanto para muitos continua a ser uma fantasia ocasional, outros homens se tornam egoístas e exigentes sobre a frequência, o que considera como uma dinâmica nada saudável e uma forma egoísta de narcisismo.
Qualquer fetiche ou prática sexual é muito bem vinda na vida do casal, e a intimidade possibilita isso. Entretanto, mais uma vez, a necessidade de um diálogo franco fica evidente. O casal precisa se conhecer e não deve haver julgamentos e preconceitos. No entanto, é imprescindível o respeito. Dar prazer é ter prazer. Se aquilo que ele te pede para fazer te dará prazer também, então faça! Mas se é algo que você não concorda, que não te fará bem, não te dará prazer, não faça! É nesse momento, inclusive, que você irá perceber o nível de respeito que ele tem por você e, sinceramente, livrar-se de um narcisista que só enxerga seu próprio umbigo.
Agora, por favor, também não exagere, hein! Tenha sempre a mente aberta para muitas novas experiências, pois você pode se surpreender!
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